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CENÁRIO PARA O EMPREENDEDOR

Ontem, dois clientes empreendedores me perguntaram qual minha visão do cenário brasileiro para o pequeno e médio negócio. Isso foi o que respondi:

1. A crise econômica pela qual estamos passando não é igual a nenhuma outra pela qual eu tenha passado. A diferença principal das crises dos anos 80 e dos anos 90 é a de que ainda há dinheiro no mercado, mas as pessoas deixaram de investir por conta do medo com os sobressaltos e com os discursos sem nexo. Se o dinheiro não circula, não há crescimento econômico e, pior, aos poucos ele se consome e pode até acabar. Esta crise é, portanto, antes de tudo, de CONFIANÇA.
2. Numa retomada da confiança, os pequenos e médios empreendedores (99% do total de empresas, 27% do PIB, empregando 51% da força de trabalho nacional, ou seja, 16,1 milhões - fonte: Sebrae-SP) vão sair na frente porque seu tamanho permite maior mobilidade. As grandes vão demorar mais por conta justamente do seu tamanho. Finalmente, as que dependem exclusivamente de investimentos estatais, essas estarão sem perspectivas, pois o país está realmente quebrado e sem condições de contratar qualquer serviço ou produto. Mesmo assim, pode haver soluções de curto prazo, porém de alto custo.
3. Os investidores estrangeiros estão prontos e interessados em aportar dólares no mercado brasileiro, pois a situação é muito favorável a isso: empresas brasileiras estão com seus ativos na bacia das almas, a desvalorização cambial que favorece ao estrangeiro, o país tem dimensões continentais e, portanto, escala e, finalmente porque com alta taxa de juros, poderão ter maior remuneração ao seu capital do que em seus países de origem. Não vieram ainda pelo mesmo motivo acima: falta de confiança.
4. Há setores da economia que, mesmo em crise, estão prosperando: saúde, beleza, franquias, entretenimento, casas noturnas, mídia digital, e-commerce e segmentos do setor financeiro. Isso é um indicador de que não chegamos no fundo do poço ... ainda!
5. As empresas que tiveram maiores dificuldades foram as que já estavam estabelecidas antes da crise começar, pois investiram seu capital de giro na expectativa vã de que o cenário iria melhorar. Mas o medo do consumidor aniquilou essa miopia de estratégia.
6. O cenário de crise traz vantagens a quem empreende agora: melhor barganha junto a fornecedores e proprietários de imóveis, além da contratação de melhores profissionais com salários mais baixos, como exemplos.
7. Se o mercado voltar a confiar em um futuro mais estável e promissor, aos poucos o ambiente vai melhorar. Daí fica o alerta: as boas oportunidades e as vantagens de uma crise podem estar com seus dias contados. Será preciso agir rápido para ainda conseguir algum ganho.
Assim, em minha opinião, a retomada do crescimento está dependendo exclusivamente da conquista da confiança no planejamento dos líderes e na estabilidade de suas decisões.

*Batista Gigliotti é presidente da Fran Systems Consultoria, especialista em empreendedorismo. Coordenador de franquias do Núcleo de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV-CENN), Gigliotti é mestre em administração e também professor de cursos de pós-graduação da EAESP-FGV, Anhembi-BSP, Senac, Belas Artes e BI International – www.fransystems.com.br

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